domingo, 30 de dezembro de 2012

David Guetta - Just One Last Time ft. Taped Rai

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Natal


Daltônicos não percebem o verde
as cobras são seres de sangue frio
veneradas no oriente e malditas no ocidente
e às vezes temos que fazer coisas que não queremos.
A terra gira ao redor do sol, por enquanto
carvão e diamante são feitos da mesma coisa
mas não têm o mesmo valor
as vacinas são doenças meio mortas
e nós escravizamos pessoas
pra ter uma vida melhor.
Suicidas tentam a morte
pra fugir da dor
a física nos garante coisas
que nossos olhos não veem
e nós dizemos pois sim pra dizer não
e pois não pra dizer sim.
A respiração é fruto de duas ações opostas
o homem que inventou o guarda-chuva foi ridicularizado
quando saiu a primeira vez com um
e uma grande maioria acredita piamente
que tem mais direito que outros a ser feliz.
Os animais matam seus filhos fracos
os índios não tem cabelo crespo
e nós decidimos viver amontoados
em cidades sujas e violentas.
Mentimos quando nos é conveniente e fingimos emoções
os indianos veneram as vacas
Tudo é tão incerto que provavelmente aconteça
existem poucos remédios pra tanta dor de cabeça
e não basta talento pra ter sucesso.
O melhor jeito de se atrair o que se quer
é fazer primeiro aos outros
não lave demais seu corpo com sabonetes
mas sempre lave as mãos após o banheiro
e desconete-se de vez em quando de tudo
pois essa é a única forma de realmente se ligar as coisas e pessoas.
Quem deixa partir tem sempre a chance da volta
os pombos não fazem ninho
e devemos escolher pensamentos para o dia
assim como escolhemos roupas
é o eterno balanço que garante o equilíbrio
e escolher, decidir e tentar é a única forma de lutar.
Não se exija tanto
mas não se permita tudo
certas coisas não têm volta, aceite
outras só dependem de você se desculpar, peça
Anunciamos que queremos um mundo diferente
mas estamos apavorados em ter que mudar nosso estilo de vida.
Viva muitos amores
e reconheça e domine o mal que te habita
desafie-se regularmente
e os elefantes nunca esquecem
enquanto as formigas não questionam a hierarquia.
Algumas lagartas viram borboletas
alguns peixes mamam
e perdoar-se talvez seja a coisa mais difícil de se fazer.
Dentro do escuro, aos poucos, tudo fica claro
faça o que deve fazer doa a quem doer
mas não seja cruel
nem condescendente demais
não se leve muito a sério
mas não ria o tempo todo
não se envergonhe do que é
e se orgulhe do que conquistou
pés de coelho não dão sorte
quebrar espelhos não dão azar
pois nada acontece se você não acreditar.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Somos




Tudo
que atrai
chama
tudo
que repele
ama.
Somos laços
em trama
somos astros
sem fama.
Somos nenhum dia
em eterna semana,
caçadores
vestidos de caça,
grandes vencedores
sem taça.
Somos essa
grande mistura
irmãos separados,
somos todo
esse caos
e a única resposta.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pobreza

Mendiga,
mendiga,
as esmolas
de carinho,
as migalhas
de atenção,
os restos
de afetos.
Mendiga,
mendiga
um perdão
mesmo sem culpa,
uma emoção
mesmo que seja terror.
Quem precisa do quê?
E quem pode mais
sempre chora menos...
E essa pobreza
de tudo que é terno
de tudo que cuida.
Essa escassez
de compreensão
de divisão.
E toda essa miséria
de amor.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Sonho

Escapam de mim
tantas coisas
tolas
que julguei
tão importantes
migrando ao lado
do exército
de tudo
que eu não entendi.
Eu quis cair
mas flutuei,
quis morrer
mas renasci,
tentei iludir
mas revelei,
quis correr
mas acabei ficando.
E as palavras mortas
assombravam
o nosso novo roteiro
do viver.
Pedi desculpas
mas me culpei,
tentei sorrir
mas eu chorei.
E fiz de conta
que nada havia acontecido.
Neguei os fatos
falsifiquei razões,
numa contabilidade emocional
que nunca fechava.
Por fim,
adormeci
com a ira dos que calam
e com a calma
dos que gritam
e sonhei
respostas.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

De novo

Era 
tão fácil
rasgar o peito
e gritar meu fardo.
Meu corpo
perdoa o dano
mas nada adoça
esse amargo esperar.
Traguei o vapor
da contatação
em inebriantes tons
no dia cinza
com guaches no olhar.
Rasguei
papéis velhos
hidratei a semente
morta
e lembrei de nós,
ali, sem nada
a dizer,
num silêncio de irmãos,
de olhares escapados,
de mãos dadas
e a vontade de partir
juntos.
Mas 
tudo bem
o dia
vai nascer
de novo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Borboleta

 E por que
não posso seguir
pela rota
da tua pele?
E então,
eu fico ali
a milhas distante
de ser cativado,
como borboleta
esbaforida,
sem flor,
expulsa do casulo,
que envolvida
pelo fenômeno
esquece o processo
e só lembra...
Dedicada a lamber 
as asas
sabendo que nada
a salvará
do dia que agoniza
mas que nada,
também,
a deterá
na noite que eterniza. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pre Verão

O suave
vazio
que o dia empresta
de tantos fatos
e nenhuma história.
O jardim secreto
com flores óbvias
e o Bethoven
que invade a tarde
me fazendo sorrir
sozinho.
Folhas despencadas
no vento tórrido
de pre verão,
nova vida,
novo amor
e tanto por fazer...
Um olhar
distante
e a miragem
vívida
em estilhaços de prazer
que cicatrizam a ferida.


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Azul e Louco

Quero morrer
de azul
quero poder
dizer bobagens
quero ser norte
ao sul
quero viajar
sem bagagens.

Quero amar
sem limites
quero fazer
de tudo um pouco
quero entender
sem que expliques
quero encontrar
de tudo que é certo,
um tanto também de louco.

Quero te beijar
numa grande tormenta
quero esquecer
o que não faz sentido
quero manhãs
com gosto de menta
quero fazer
meu próprio destino.