quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pelas frestas

Sob o peso da noite
surgem suaves
as lembranças
do dia interminável,
da alquimia desgastada
e das fórmulas obsoletas.
O corpo desfalece
e a mão acorda a caneta
impiedosa e desacreditada.
O desgaste da palavra dita
o amargo das sílabas mortas
a margem dos lábios,
tonicidades latentes
que não soam como música
e que ninguém dança.
Ao som lúgubre
do esquecimento
caem por terra
luzes , crenças
e frutas temporonas
colorem o chão
de Abril
quase Maio
quase desmaio.
A mão pesa
o olho arde
e não é cedo
nem mesmo tarde
é só um tempo
entre algo que nunca quis
é só uma hora
entre o desânimo e a reinvenção
é só um pouco de mim
se esvaindo
pelas frestas do chão.





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