domingo, 29 de abril de 2012

Talvez

Afastei de mim a verdade
mas um segredo morto vigiava
suores noturnos
terror matinal.
A falta que preencheu
a escolha que não me perdoou
o mundo doente
gritando solto pelas ruas
que tudo está bem.
A cicatriz de um acidente que ainda não aconteceu
o funeral de algo que ainda não morreu
o abuso dos fracos
a tolerância dos fortes
e logo ali
abaixo da pele
algo inatingível e primitivo
lateja e dorme
como um amanhã que nunca nascerá
com desejo e desistência
com importância e desprezo
como amantes improváveis
amores ordinários
e sonhos proletários.

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