quinta-feira, 31 de maio de 2012
Uma força
me escapa
e domina
não sei
se te beijo
ou se te mato
se te persigo
ou se eu escapo.
São emoções
simultâneas
são vibrações
subterrâneas
são convulsões
cutâneas.
E não adiantam
as coisas bobas
que me disse
em segredo
e já não bastam
as explicações
sem sentido
e já não se sustentam
os artifícios
que criei pra esconder
a verdade.
Uma força
se instala
em mim
explodindo
minhas certezas
me impelindo
ao fogo
e a guerra.
Quebro tudo
e já não posso
parar
as coisas
fora de lugar
revelam tuas mentiras
escondidas
pelos cantos.
me escapa
e domina
não sei
se te beijo
ou se te mato
se te persigo
ou se eu escapo.
São emoções
simultâneas
são vibrações
subterrâneas
são convulsões
cutâneas.
E não adiantam
as coisas bobas
que me disse
em segredo
e já não bastam
as explicações
sem sentido
e já não se sustentam
os artifícios
que criei pra esconder
a verdade.
Uma força
se instala
em mim
explodindo
minhas certezas
me impelindo
ao fogo
e a guerra.
Quebro tudo
e já não posso
parar
as coisas
fora de lugar
revelam tuas mentiras
escondidas
pelos cantos.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
O Amor
O amor
é um rato
que rouba
é um tiro
na escuro
é um avarento
que poupa
e um esbanjador
que gasta tudo.
O amor
é um beija-flor
em festa
na manhã
o morcego
na caverna
um animal
que hiberna.
O amor
é um felino
que observa
o cão
que alarde
é agressão
terna
é carinho
que bate .
O amor
é uma faca
que fura
uma dúvida
que rói
uma branda
loucura
um moinho
que mói.
O amor
é bergamota
ao sol
é uma escolha
parida
é peixe
no anzol
e uma doce
ferida.
O amor
é uma cruz
uma negação
de prazer satisfeito
é um sim
é um não
é acordar no teu peito.
O amor
é segredo
que se quer espalhar
é falar sem dizer
o medo de não acreditar
e o desejo de ter.
O amor
é um egoísta
delicioso
um crime
sem perdão
o ciúmes escandaloso
é dizer obrigado
ao ladrão.
O amor
é sublime desespero
é insônia noturna
é da vida tempero
é preguiça diurna.
O amor
é esse monstro
que me assusta
um raio de sol
na janela
é inércia que busca
é a luz de uma vela.
O amor
é esse tudo
que me torna nada
é rir e chorar
ao mesmo tempo
é uma passagem e uma mala
é sair por aí
e sentir o vento.
e sair por aí esentir o vento.
delicioso
é uma escolha
parida
o morcego na caverna
é um rato
que rouba
é um tiro
na escuro
é um avarento
que poupa
e um esbanjador
que gasta tudo.
O amor
é um beija-flor
em festa
na manhã
o morcego
na caverna
um animal
que hiberna.
O amor
é um felino
que observa
o cão
que alarde
é agressão
terna
é carinho
que bate .
O amor
é uma faca
que fura
uma dúvida
que rói
uma branda
loucura
um moinho
que mói.
O amor
é bergamota
ao sol
é uma escolha
parida
é peixe
no anzol
e uma doce
ferida.
O amor
é uma cruz
uma negação
de prazer satisfeito
é um sim
é um não
é acordar no teu peito.
O amor
é segredo
que se quer espalhar
é falar sem dizer
o medo de não acreditar
e o desejo de ter.
O amor
é um egoísta
delicioso
um crime
sem perdão
o ciúmes escandaloso
é dizer obrigado
ao ladrão.
O amor
é sublime desespero
é insônia noturna
é da vida tempero
é preguiça diurna.
O amor
é esse monstro
que me assusta
um raio de sol
na janela
é inércia que busca
é a luz de uma vela.
O amor
é esse tudo
que me torna nada
é rir e chorar
ao mesmo tempo
é uma passagem e uma mala
é sair por aí
e sentir o vento.
e sair por aí esentir o vento.
delicioso
é uma escolha
parida
o morcego na caverna
terça-feira, 29 de maio de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
Se estou
aqui
e tudo passa
feito névoa
e tudo arde
feito fogo
e tudo gira
feito órbita
e tudo acorda
feito sonho.
Se estou
por aí
e tudo se ilumina
feito bomba
e tudo lembra
feito memória
e tudo quer
feito desejo
e tudo ilude
feito mágica.
Se estou
tão vivo
e tudo vai
feito caminho
e tudo ecoa
feito música
e tudo inquieta
feito encanto
e tudo mata
feito guerra.
Se estou
no teu corpo
e tudo evapora
feito chuva
e tudo marca
feito tatuagem
e tudo entrego
feito criança
e tudo engana
feito miragem.
Se estou
tão forte
e tudo se realiza
feito presságio
e tudo se revela
feito missão
e tudo se rende
feito culpado
e tudo se desmancha
feito tufão.
aqui
e tudo passa
feito névoa
e tudo arde
feito fogo
e tudo gira
feito órbita
e tudo acorda
feito sonho.
Se estou
por aí
e tudo se ilumina
feito bomba
e tudo lembra
feito memória
e tudo quer
feito desejo
e tudo ilude
feito mágica.
Se estou
tão vivo
e tudo vai
feito caminho
e tudo ecoa
feito música
e tudo inquieta
feito encanto
e tudo mata
feito guerra.
Se estou
no teu corpo
e tudo evapora
feito chuva
e tudo marca
feito tatuagem
e tudo entrego
feito criança
e tudo engana
feito miragem.
Se estou
tão forte
e tudo se realiza
feito presságio
e tudo se revela
feito missão
e tudo se rende
feito culpado
e tudo se desmancha
feito tufão.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Esse gosto
que me acorda
esse querer
que me incrimina.
A fome
da tua carne
e o abutre que habita em mim
renasce desgovernado,
o predador
ainda vivo
fareja a presa.
Esse corpo
tornado alimento
esse vício
de que me sustento.
Tua carne
ainda em mim
indigesta lembrança
ainda gesta esperança.
Te rasgar
com os dentes
a carne quente
e te sorver
os fluidos
e te marcar
com as garras
de assassino faminto
de predador letal
meio amor
meio animal.
Te espreito
na noite escura
e não tenho pressa
e não tenho sossego
e não tenho outro jeito
e não tenho medo.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Hoje é dia
de surtar
de rir à toa
de gritar
de ficar na boa
Hoje é dia
de não pensar muito
de ser espontâneo
de provocar
de cafe instantâneo
Hoje é dia
de criar caos
de jogar lenha na fogueira
de ignorar os maus
de se retirar à francesa
Hoje é dia
de fingir
de fazer drama
de insistir
de pisar descalço na grama
Hoje é dia
de vingança
de ir à forra
de criar tumulto
de vomitar os sapos
Hoje é dia
de relaxar um pouco
de se sentir a piada
de satirizar
de não fazer nada
Hoje é dia
imaginar umas coisas
de fazer de conta
de tirar saldo no banco
de olhar no espelho enquanto se apronta
Hoje é dia
de retomar a dieta
de se mexer um pouco
de se ausentar
de conferir o troco
Hoje é dia
de ligar pro amor
de esquecer o celular
de legumes no vapor
de combinar um jantar
Hoje é dia
de tocar na ferida
de fazer amor
de escutar as pessoas
de jogar merda no ventilador
Hoje é dia
de tanta coisa
de quase nada
de barra de cereal
de fazer a virada
Hoje é dia
chutar o balde
de fazer um piercing
de fugir da maldade
de dizer que sim
Hoje é dia
de sair por aí
de celebrar a vida
de chegar tarde
de visitar uma amiga
Hoje é dia
de receber uma surpresa
de chutar o pau da barraca
de deixar de ser caçador e ser presa
de deixar de ser babaca
Hoje é dia
de salada de frutas
de filme de terror
de retomar as lutas
de flertar com o pastor
Hoje é dia
de viver
de se entregar sem frescura
de alguém novo conhecer
de vestir roupa escura
Hoje é dia
de fazer poesia
de baixas músicas novas
de pão com chimia
de corrigir umas provas
Hoje é dia...
de surtar
de rir à toa
de gritar
de ficar na boa
Hoje é dia
de não pensar muito
de ser espontâneo
de provocar
de cafe instantâneo
Hoje é dia
de criar caos
de jogar lenha na fogueira
de ignorar os maus
de se retirar à francesa
Hoje é dia
de fingir
de fazer drama
de insistir
de pisar descalço na grama
Hoje é dia
de vingança
de ir à forra
de criar tumulto
de vomitar os sapos
Hoje é dia
de relaxar um pouco
de se sentir a piada
de satirizar
de não fazer nada
Hoje é dia
imaginar umas coisas
de fazer de conta
de tirar saldo no banco
de olhar no espelho enquanto se apronta
Hoje é dia
de retomar a dieta
de se mexer um pouco
de se ausentar
de conferir o troco
Hoje é dia
de ligar pro amor
de esquecer o celular
de legumes no vapor
de combinar um jantar
Hoje é dia
de tocar na ferida
de fazer amor
de escutar as pessoas
de jogar merda no ventilador
Hoje é dia
de tanta coisa
de quase nada
de barra de cereal
de fazer a virada
Hoje é dia
chutar o balde
de fazer um piercing
de fugir da maldade
de dizer que sim
Hoje é dia
de sair por aí
de celebrar a vida
de chegar tarde
de visitar uma amiga
Hoje é dia
de receber uma surpresa
de chutar o pau da barraca
de deixar de ser caçador e ser presa
de deixar de ser babaca
Hoje é dia
de salada de frutas
de filme de terror
de retomar as lutas
de flertar com o pastor
Hoje é dia
de viver
de se entregar sem frescura
de alguém novo conhecer
de vestir roupa escura
Hoje é dia
de fazer poesia
de baixas músicas novas
de pão com chimia
de corrigir umas provas
Hoje é dia...
terça-feira, 22 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Julgar
O julgamento
do dia
que nasce
com um céu
negro
de possibilidades
pede
observação
e olhar crítico
pois
a repetição
é fruta
da árvore
da ignorância.
do dia
que nasce
com um céu
negro
de possibilidades
pede
observação
e olhar crítico
pois
a repetição
é fruta
da árvore
da ignorância.
domingo, 20 de maio de 2012
Esse Amor
Esse amor
que me inquieta as horas
que invade a noite
que me rouba o dia
que é quase agonia
Esse amor
que toma por inteiro
que deixa tonto
que adoça a boca
que me ausenta de mim
Esse amor
que me dá medo
que me dá coragem
que me incendeia os campos
que preenche os vazios de mim
Esse amor
que flutua sobre o céu
que corre nas minhas veias
que me espera na esquina
que me abandona nas tardes
Esse amor
que me rasga a carne
que arde nas entranhas
que me adoece
que me cura
Esse amor
que eu conquistei
que me dominou
que me levou às alturas
que de lá me jogou
Esse amor
que já nem sei se é amor
que já nem sei se é meu
que morreu no futuro
que nasceu no passado
Esse amor
que é fruto da loucura
que é desejo de aventura
que se despede com um beijo
que desistiu de ser amigo
Esse amor
que é do ar
que é do fogo
que é fim de linha
que é início de jogo
Esse amor
que me morde as carnes
que me desgraça as tardes
que é um vício
que se tornou meu ofício
Esse amor
que tanto prometeu
que sumiu um dia
que me esgotou as chances
que me soterrou em avalanches
Esse amor
que é relíquia
que é maldição
que é paraíso
que é perdição
Esse amor
que agora renasce
que agora distorce
que agora me tem
e que nunca vem
Esse amor
que é frenesi silencioso
que é um leão fogoso
que é luz e treva
que é domingo na relva
Esse amor
que é filho
que é pai
que é insulto
que é elogio
Esse amor
que veio do mar
que voltou pro rio
que subiu a serra
que morreu de frio
Esse amor
que apostou e perdeu
que novamente enriqueceu
que desertou e fugiu
que perdoou e voltou
Esse amor
que é magia
que é tolice
que é atrofia
que é velhice
Esse amor
que me tira do chão
que como na mão
que me explode os ouvidos
que me confunde os sentidos
Esse amor
que é você
que é ninguém
que não tem mal
que não tem bem
Esse amor
que agora se aproxima
que mora tão longe
que me tira da rotina
que de novo se esconde
Esse amor
que me tirou as forças
que venceu e nocalteou
que não partiu
que não voltou
Esse amor
que me feriu de morte
que me deu outro norte
que me impede de voar
que me ensinou a amar
Esse amor
que tanto me exigiu
que se deliciou
que me sorriu
que fez que não me viu
Esse amor
que me dá tanta sorte
que me salvou da morte
que é tão especial
que é quase animal
Esse amor
que me faz escrever
que me impede de ver
que me induziu ao crime
que tornou tudo sublime
Esse amor
Ah esse amor...
que me inquieta as horas
que invade a noite
que me rouba o dia
que é quase agonia
Esse amor
que toma por inteiro
que deixa tonto
que adoça a boca
que me ausenta de mim
Esse amor
que me dá medo
que me dá coragem
que me incendeia os campos
que preenche os vazios de mim
Esse amor
que flutua sobre o céu
que corre nas minhas veias
que me espera na esquina
que me abandona nas tardes
Esse amor
que me rasga a carne
que arde nas entranhas
que me adoece
que me cura
Esse amor
que eu conquistei
que me dominou
que me levou às alturas
que de lá me jogou
Esse amor
que já nem sei se é amor
que já nem sei se é meu
que morreu no futuro
que nasceu no passado
Esse amor
que é fruto da loucura
que é desejo de aventura
que se despede com um beijo
que desistiu de ser amigo
Esse amor
que é do ar
que é do fogo
que é fim de linha
que é início de jogo
Esse amor
que me morde as carnes
que me desgraça as tardes
que é um vício
que se tornou meu ofício
Esse amor
que tanto prometeu
que sumiu um dia
que me esgotou as chances
que me soterrou em avalanches
Esse amor
que é relíquia
que é maldição
que é paraíso
que é perdição
Esse amor
que agora renasce
que agora distorce
que agora me tem
e que nunca vem
Esse amor
que é frenesi silencioso
que é um leão fogoso
que é luz e treva
que é domingo na relva
Esse amor
que é filho
que é pai
que é insulto
que é elogio
Esse amor
que veio do mar
que voltou pro rio
que subiu a serra
que morreu de frio
Esse amor
que apostou e perdeu
que novamente enriqueceu
que desertou e fugiu
que perdoou e voltou
Esse amor
que é magia
que é tolice
que é atrofia
que é velhice
Esse amor
que me tira do chão
que como na mão
que me explode os ouvidos
que me confunde os sentidos
Esse amor
que é você
que é ninguém
que não tem mal
que não tem bem
Esse amor
que agora se aproxima
que mora tão longe
que me tira da rotina
que de novo se esconde
Esse amor
que me tirou as forças
que venceu e nocalteou
que não partiu
que não voltou
Esse amor
que me feriu de morte
que me deu outro norte
que me impede de voar
que me ensinou a amar
Esse amor
que tanto me exigiu
que se deliciou
que me sorriu
que fez que não me viu
Esse amor
que me dá tanta sorte
que me salvou da morte
que é tão especial
que é quase animal
Esse amor
que me faz escrever
que me impede de ver
que me induziu ao crime
que tornou tudo sublime
Esse amor
Ah esse amor...
sábado, 19 de maio de 2012
Rondam
Me rondam
os chacais
namorando
minhas carnes
bestas
que se lambem
que me acariciam
que sorriem
os lábios
e ardem as ventas.
Também eu
rondo
essas feras
afinal
um pouco de maldade
sempre ronda
a todos nós
e diz o dito popular
que a males
que vem pra bem
que não se apaga
fogo com fogo
e que ninguém ganha
enquanto tem jogo.
os chacais
namorando
minhas carnes
bestas
que se lambem
que me acariciam
que sorriem
os lábios
e ardem as ventas.
Também eu
rondo
essas feras
afinal
um pouco de maldade
sempre ronda
a todos nós
e diz o dito popular
que a males
que vem pra bem
que não se apaga
fogo com fogo
e que ninguém ganha
enquanto tem jogo.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
À Florianópolis
A lagoa
sorrindo
provocativa
e serena
acena
e se esconde
enquanto
o mar
sempre leva
as coisas
e sempre
traz outras.
Ilha
da magia
como um encanto
de pedra e verde
uma fábula
que ninguém ouviu
que ninguém contou
encontros
e desencontros
liberdade
e exílio
ao luar
que dança
e trama
um futuro.
Retorno
à ilha
como um estranho
com muito passado
como um fantasma
que varre as orlas
e a lagoa
de lágrimas
dos que partiram
se engole
e se bebe toda
gota a gota
enquanto parto
enquanto chego.
sorrindo
provocativa
e serena
acena
e se esconde
enquanto
o mar
sempre leva
as coisas
e sempre
traz outras.
Ilha
da magia
como um encanto
de pedra e verde
uma fábula
que ninguém ouviu
que ninguém contou
encontros
e desencontros
liberdade
e exílio
ao luar
que dança
e trama
um futuro.
Retorno
à ilha
como um estranho
com muito passado
como um fantasma
que varre as orlas
e a lagoa
de lágrimas
dos que partiram
se engole
e se bebe toda
gota a gota
enquanto parto
enquanto chego.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Meio de Maio
Meio
de Maio
leio
não traio
espero
e planejo
escuto
e não vejo
digo
sem dizer
ouço
e observo
descreio
e amo.
Meio
de Maio
quase
aniversário
quase
cinquentenário
quase
paixão
quase
razão
acordo
cedo
e luto
o corpo
sem medo
da fruto.
Meio
de Maio
ensino
e aprendo
estamos
todos
sem tempo
espero
por ele
sigo
a rotina
recobro
os sentidos
e tomo
aspirina.
Meio
de Maio
as orquídeas
rindo
na varanda
o pombo
arrulhando
no telhado
e o sol
pintando
tudo
de dourado.
de Maio
leio
não traio
espero
e planejo
escuto
e não vejo
digo
sem dizer
ouço
e observo
descreio
e amo.
Meio
de Maio
quase
aniversário
quase
cinquentenário
quase
paixão
quase
razão
acordo
cedo
e luto
o corpo
sem medo
da fruto.
Meio
de Maio
ensino
e aprendo
estamos
todos
sem tempo
espero
por ele
sigo
a rotina
recobro
os sentidos
e tomo
aspirina.
Meio
de Maio
as orquídeas
rindo
na varanda
o pombo
arrulhando
no telhado
e o sol
pintando
tudo
de dourado.
terça-feira, 15 de maio de 2012
O Rei
Sobrevoo
tuas terras
uma nova geografia
que me nutre
como o sal
das tuas palavras.
Meu Arthur
sem távola redonda
sem guerra
sem mim
chegou num domingo
e não mais partiu.
Um rei
que chega
outro rei morto
que dorme
e tudo passa
tudo volta
e me prende
e me solta.
tuas terras
uma nova geografia
que me nutre
como o sal
das tuas palavras.
Meu Arthur
sem távola redonda
sem guerra
sem mim
chegou num domingo
e não mais partiu.
Um rei
que chega
outro rei morto
que dorme
e tudo passa
tudo volta
e me prende
e me solta.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
Hoje
Perco o sono
mas não o juízo
a madrugada fria
e as coisas esperando por ti
o livro no chão
a página perdida quase em branco
só mais uma noite
é tudo sempre tão rápido
e eu quase toco a chance
mas não vou sofrer
sempre existem muitos caminhos
o sol no rosto
em estrada incerta
é melhor que tua alma deserta.
mas não o juízo
a madrugada fria
e as coisas esperando por ti
o livro no chão
a página perdida quase em branco
só mais uma noite
é tudo sempre tão rápido
e eu quase toco a chance
mas não vou sofrer
sempre existem muitos caminhos
o sol no rosto
em estrada incerta
é melhor que tua alma deserta.
sábado, 12 de maio de 2012
A Morte Morta
Confiança desfeita
maldita colheita
se você não pensou
não se preocupe
eu calculei tudo por nós.
Um dia
é só mais uma chance
uma tentativa
leilão humano sem lance.
Promessas também já fiz
sabendo que não podia
multipliquei versões de mim
numa loucura sem fim
reinventei minha fé
caí dormindo
acordei de pé.
Se você não consegue
eu te perdoo meu bem
muitos antes de você
outros tantos depois de mim,
se cansou de dizer não
me beija e diz que sim.
Esquece os gritos lá fora
são só um coral de infelizes
se me olhas assim e abraça
eu acredito no que dizes.
Não se arrependa ainda
não antes de tentar
a vida é muito autoritária
vem comigo anarquizar
apague a luz e tranque a porta
que a nossa morte está morta.
maldita colheita
se você não pensou
não se preocupe
eu calculei tudo por nós.
Um dia
é só mais uma chance
uma tentativa
leilão humano sem lance.
Promessas também já fiz
sabendo que não podia
multipliquei versões de mim
numa loucura sem fim
reinventei minha fé
caí dormindo
acordei de pé.
Se você não consegue
eu te perdoo meu bem
muitos antes de você
outros tantos depois de mim,
se cansou de dizer não
me beija e diz que sim.
Esquece os gritos lá fora
são só um coral de infelizes
se me olhas assim e abraça
eu acredito no que dizes.
Não se arrependa ainda
não antes de tentar
a vida é muito autoritária
vem comigo anarquizar
apague a luz e tranque a porta
que a nossa morte está morta.
Por Trás
Há algo por trás
que não se esconde
que não se revela,
há algo por trás
de tudo que vemos
algo que negamos
e que nunca teremos,
há algo por trás
de tudo que se diz
e de tudo que se cala,
há algo atrás
o obscuro que clareia
e da luz que cega
por trás da vítima
por trás do assassino,
há sempre algo por trás
de tudo que esquece
de tudo que sinto,
há algo por trás
de tudo que nego
de tudo que permito
algo que por trás se encontra
que por trás se perde,
há algo por trás do perdão
que também é culpa
por trás do não que aceita
por trás do sim que rejeita,
há sempre um algo a mais
e também algo que se deve deixar,
há algo por atrás da noite
que também é dia
por trás da certeza que também adia
algo por tás do simples viver
algo que sempre desafia,
há sempre algo por trás
algo que você não vê
algo escondido nas palavras,
há algo por trás das horas
que nem mesmo o tempo prevê
algo por trás da verdade
que também é fantasia
por trás do dia
que não é vida,
há algo por trás da escuridão
que não é sombra
por trás do instinto
que não é destino,
há algo por trás das costas
que não é traição
por trás do ato
que não é intenção,
há sempre algo
algo por trás
de tudo que morre
de tudo que faz.
que não se esconde
que não se revela,
há algo por trás
de tudo que vemos
algo que negamos
e que nunca teremos,
há algo por trás
de tudo que se diz
e de tudo que se cala,
há algo atrás
o obscuro que clareia
e da luz que cega
por trás da vítima
por trás do assassino,
há sempre algo por trás
de tudo que esquece
de tudo que sinto,
há algo por trás
de tudo que nego
de tudo que permito
algo que por trás se encontra
que por trás se perde,
há algo por trás do perdão
que também é culpa
por trás do não que aceita
por trás do sim que rejeita,
há sempre um algo a mais
e também algo que se deve deixar,
há algo por atrás da noite
que também é dia
por trás da certeza que também adia
algo por tás do simples viver
algo que sempre desafia,
há sempre algo por trás
algo que você não vê
algo escondido nas palavras,
há algo por trás das horas
que nem mesmo o tempo prevê
algo por trás da verdade
que também é fantasia
por trás do dia
que não é vida,
há algo por trás da escuridão
que não é sombra
por trás do instinto
que não é destino,
há algo por trás das costas
que não é traição
por trás do ato
que não é intenção,
há sempre algo
algo por trás
de tudo que morre
de tudo que faz.
A Pele
A pele
em que eu habitava
vestia um corpo intranquilo
de carnes estonteantes
que me agonizavam e seduziam.
Essa pele
que não sei de onde veio
que me vestiu
e escondeu minha identidade
esse corpo das alturas
de desejos subterrâneos
essa carne quente
meio sem fé
meio demente.
Tua mão
minha pele
o meu não
não repele
o tato que não atinge.
E eu fecho os olhos
e a pele me diz coisas
ela me fala de ti
e me confunde até os ossos.
Essa pele
uma roupa que me impuseram
se desmancha aos poucos
e já não cobre, não protege.
A pele mente
o toque descrente
a carne que odeia a pele
esse tecido de medos
esse pano de carne
que arde
mesmo sem vê-lo
a pele e o pelo
o apelo à carne
que na tarde sem tê-lo
desvela o desejo
pela pele
pela carne
pela tarde que acaba
pela noite que não chega.
em que eu habitava
vestia um corpo intranquilo
de carnes estonteantes
que me agonizavam e seduziam.
Essa pele
que não sei de onde veio
que me vestiu
e escondeu minha identidade
esse corpo das alturas
de desejos subterrâneos
essa carne quente
meio sem fé
meio demente.
Tua mão
minha pele
o meu não
não repele
o tato que não atinge.
E eu fecho os olhos
e a pele me diz coisas
ela me fala de ti
e me confunde até os ossos.
Essa pele
uma roupa que me impuseram
se desmancha aos poucos
e já não cobre, não protege.
A pele mente
o toque descrente
a carne que odeia a pele
esse tecido de medos
esse pano de carne
que arde
mesmo sem vê-lo
a pele e o pelo
o apelo à carne
que na tarde sem tê-lo
desvela o desejo
pela pele
pela carne
pela tarde que acaba
pela noite que não chega.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
Uma Ópera à Iniquidade
O calor
dos falsos beijos
e dos abraços que vampirizam.
O Ardor
das segundas intenções
das tramas do poder sem poder
da adulação causticante.
A chama
da infâmia corrosiva
do olhar frustrado do inimigo
e a ternura dos lábios carnudos e mentirosos.
O mistério
das mãos que esfaqueiam e acariciam
dos elogios vaidosos e sarcásticos
da falsa humildade indulgente
da espiritualidade conflitada.
O pânico
da verdade revelada
da máscara esfacelada
do medonho da própria face.
O balé
dos vermes sinuosos e sedutores
dos corpos em ataque coreografado
as acenos cifrados
o subtexto, o texto e o drama
corpo de baile e trama
em dança ritualizada e feiticeira.
dos falsos beijos
e dos abraços que vampirizam.
O Ardor
das segundas intenções
das tramas do poder sem poder
da adulação causticante.
A chama
da infâmia corrosiva
do olhar frustrado do inimigo
e a ternura dos lábios carnudos e mentirosos.
O mistério
das mãos que esfaqueiam e acariciam
dos elogios vaidosos e sarcásticos
da falsa humildade indulgente
da espiritualidade conflitada.
O pânico
da verdade revelada
da máscara esfacelada
do medonho da própria face.
O balé
dos vermes sinuosos e sedutores
dos corpos em ataque coreografado
as acenos cifrados
o subtexto, o texto e o drama
corpo de baile e trama
em dança ritualizada e feiticeira.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
Imundos
Que morram
esses seres inumanos
os levianos
que brincam com a vida dos outros.
Que sejam varridos
da face da existência
essas criaturas sem decência
em louco perturbar.
Que sucumbam
essas almas regredidas
esses corvos sem medidas
que só vivem pra matar.
Que tudo que tocam perece
que tudo que dizem apodrece
que tudo que tem esmorece.
Que morram
esses corpos sem alma
essas almas sem calma
esses abutres a vomitar.
esses seres inumanos
os levianos
que brincam com a vida dos outros.
Que sejam varridos
da face da existência
essas criaturas sem decência
em louco perturbar.
Que sucumbam
essas almas regredidas
esses corvos sem medidas
que só vivem pra matar.
Que tudo que tocam perece
que tudo que dizem apodrece
que tudo que tem esmorece.
Que morram
esses corpos sem alma
essas almas sem calma
esses abutres a vomitar.
Não inocentes e culpados
Novo dia
novo crime
quem é quem
quem disse
confiando nos desconfiados
explicações e relatos.
Novo dia
nova culpa
quem omitiu
quem negou
novo júri
novas provas
mentiras e fatos.
Novo dia
velho assunto
o limpo e o imundo
novo teste
novas conclusões
novas implicações.
Novo dia
nova fraude
velhos trapaceiros
tumulto e rebelião
códigos e insinuações
café e inquisição.
novo crime
quem é quem
quem disse
confiando nos desconfiados
explicações e relatos.
Novo dia
nova culpa
quem omitiu
quem negou
novo júri
novas provas
mentiras e fatos.
Novo dia
velho assunto
o limpo e o imundo
novo teste
novas conclusões
novas implicações.
Novo dia
nova fraude
velhos trapaceiros
tumulto e rebelião
códigos e insinuações
café e inquisição.
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